sábado, 30 de julho de 2016

VISITA DA DIRETORA GREGA KORNILIA VASILEIADOU EM NOSSA SEDE NO IPIRANGA EM 2011.


Em setembro de 2011, em meio a nossa pesquisa recebemos a visita da diretora grega Kornilia Vasileiadou, do grupo Kanigunda, da Universidade Aristotélica de Tessalônica, à nossa sede. 




Ficamos então sabendo que na Grécia, os artistas do grupo Kanigunda desenvolviam um processo de pesquisa similar ao que estamos desenvolvendo, buscando nas raízes populares gregas subsídios para a construção cênica. A pesquisa do grupo Kanigunda, na Grécia, acontece em dois pólos: um deles busca descobrir e resgatar o uso do coro grego e tem se debruçado nas vozes, sonoridades e histórias da Polifoniká[1], e noutro pólo acontece uma busca às raízes ritualísticas do teatro grego pesquisando os rituais do Ta Anastenaria[2]. Junto do grupo escolhemos fazer um intercâmbio e elegemos o texto As Bacantes, de Eurípides, como motivador de uma dramaturgia coletiva e de rua, porque ele responde a algumas questões estéticas que colhemos ao redor de nossa sede: o estrangeiro no novo lugar (Heliopolis), o novo que não é reconhecido (Ipiranga x Heliopolis), a defesa da tradição em contrapartida a vontade da mudança, a busca por outros espaços, ritualização e coro, etc.




Visita de Korina e Morettho a Cia Quartum Crescente em Mauá





[1] São canções tradicionais da região grega de Epirus ("Ήπειρος"). Nessa canção polifônica, que é uma síntese das vozes que a compõe, cada voz tem uma função distinta, um jeito específico de narrar historias que resgatam emoções profundas e fortes dos gregos. Uma forma vocal coletiva e que expressa de forma cultural e emotiva as histórias e os mitos coletivos gregos.Esses elementos ligam essa tradição vocal ao coro da tragédia grega.

[2] O Ta Anastenaria trabalha com elementos da música, da dança e de construção de cenário. Trata-se de uma tradição grega cujo elemento básico é caminhar sobre o fogo com os pés descalços em êxtase. Esse ritual verificado em algumas vilas da Grécia, em especial na região de Thraki.Segundo pesquisas esse costume vem de um antigo ritual religioso dionisíaco. A pesquisa busca na relação espacial, com a musica, dança e elementos que a compõe traçar uma possibilidade de resgate ritualístico da tragédia

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